27 de jan. de 2014

Carta de suicídio nº1

Hoje desisto de tudo. Eu desisto de entender muita coisa que quebraria até mesmo a cabeça mais preparada para aguentar tudo. Hoje eu desisto desse mundo. E ao contrário do que muitos devem estar pensando, eu não estou desistindo por querer ser grande o suficiente para esse mundo. É mais por esse mundo gigante ser tão grande, mas tão grande, que toda essa grandeza se torna inútil por não ser bastante pra mim.

Algumas vezes a repetição não satisfaz. Algumas vezes você só não quer ver o fim do dia, você só não quer ver outro dia começar. Algumas vezes você só quer ficar de cabeça baixa, deixar o tempo passar, envelhecer rápido até a vida acabar. Não é sobre o dinheiro, nem sobre os bichos. Não é nem mesmo sobre as outras pessoas. É sobre si mesmo. É sobre como seria possível uma vida onde todas as dúvidas estivessem esclarecidas, todas elas estivessem inexistindo.

A existência é uma grande confusão de essências.
Essências de você e do seu meio.

Não existimos por querer. Existimos por termos pessoas que orbitam ao nosso redor. E independente da temperatura, as pessoas conseguem sempre ser frias. Independente da doçura do seu dia, sempre tem algo que te amarga. Independente da leveza da tua vida, um pensamento sempre pesa.

A gente tenta ser o que queria ser. E quase sempre acaba não sendo metade do que podia ser.

Ser.
Sendo.
Indo.

O vento que entra pela janela não me sopra mais sorrisos.
Nosso mundo não dá voltas de ré.

Fui.

Gastaria meus últimos minutos escrevendo meus epitáfios.
Tentando descobrir quais seriam minhas ultimas palavras para mim.

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